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Ficar com os avós ou ir para a creche? Seja onde for, os bebés precisam de vinculação
A relação com o adulto de referência é o mais importante para o desenvolvimento dos bebés. Em casa dos avós, é importante manter a rotina, promovendo estímulos longe dos ecrãs.
A SABSEG Portugal fechou o ano de 2023 com uma carteira de prémios sob gestão de mais de 380 milhões de euros, um aumento de 15,14% em relação ao período homólogo. As receitas subiram 15,4%, ultrapassando os 42 milhões de euros.
O ano de 2023 ficou também marcado pelo aumento da sua capilaridade, com a abertura de 5 novos escritórios (Rio Maior, Guarda, Vila Franca de Xira e as Flagship Stores de Lisboa e Porto), com um conceito que reflete uma nova experiência de Cliente, que a SABSEG vai implementar em todos os seus 41 escritórios.
Miguel Machado, presidente do conselho de administração da SABSEG, refere que “O ano de 2023, foi um período onde reafirmámos a nossa posição no mercado e a nossa capacidade de ultrapassar obstáculos com resiliência, sendo este sucesso o reflexo do trabalho árduo, do comprometimento e do talento de toda a nossa equipa. Com o foco continuo na inovação e na excelência, a SABSEG está pronta para enfrentar os desafios e aproveitar todas as oportunidades”.
 
 
No que se refere ao 1º semestre de 2024 a SABSEG continua com um elevado crescimento, destacando-se os ramos de Acidente de trabalho com uma variação de +17% (média do mercado de 11,6%), Automóvel com +18% (compara com 11,2 do mercado) e Crédito com +19% (regressão de 1,98% do mercado).
 
Nos primeiros seis meses deste ano, a SABSEG reforçou a estratégia de aumento da cobertura geográfica, com a abertura de 9 novos escritórios, nomeadamente, Melgaço, Fafe, Monção, Valença, Amadora, Torres Vedras, Sintra, Fátima e Borba, com o intuito de manter uma proximidade cada vez maior dos seus clientes e parceiros.
 
Segundo Miguel Machado, nos próximos meses, a SABSEG vai continuar a ampliar e a fortalecer as suas operações, quer através de crescimento orgânico, com uma aposta na melhoria da experiência de cliente, quer através de aquisições estratégicas.
 
A conjugação destes dois pressupostos (crescimento orgânico e aquisições), segundo o gestor, fazem parte de uma visão a longo prazo com o objetivo de cumprir o compromisso de oferecer o melhor serviço aos seus Clientes e proporcionar-lhes o acesso às melhores soluções e condições de seguros disponíveis, de acordo com aquelas que são as suas necessidades.
 
Miguel Machado afirma que “com uma estratégia consistente, a SABSEG manter-se-á preparada para enfrentar os desafios do mercado e prosseguirá, de forma sustentada, o seu forte desenvolvimento nos próximos anos”, concluindo que, no que respeita ao mercado ibérico, “este posicionamento está completamente alinhado com a SABSEG em Espanha, para rapidamente ultrapassarmos os 1.000 Milhões de Euros em prémios sob gestão”.
A Transfratina - Sociedade de Transportes, Lda tem desenvolvido a especialização em serviços de transporte e logística, completando este ano 20 anos de atividade.
No transporte rodoviário de mercadorias, a empresa oferece serviços para diversos tipos de mercadorias, tanto a nível nacional como internacional.
Com sede em Mozelos, a Transfratina disponibiliza soluções completas de logística, incluindo armazenamento e distribuição de mercadorias.
A empresa realiza serviços de grupagem, reunindo várias remessas de diferentes clientes para otimizar os custos e melhorar a eficiência do transporte.
Desde a sua fundação em 2004, a Transfratina tem mostrado um crescimento contínuo e sustentado, expandindo as suas operações e aumentando a qualidade dos serviços prestados.
 A empresa tem aumentado a sua frota de veículos, investindo em tecnologias de ponta para a gestão de frotas e logística, como sistemas de rastreamento por GPS e software de gestão de transportes, que aumentam a transparência e a eficácia dos serviços prestados.
 A Transfratina tem expandido a sua presença geográfica, não só em Portugal, mas também a nível internacional, estabelecendo parcerias estratégicas e aumentando a sua rede de serviços.



Portugueses estiveram em força no South Summit Madrid 2024, a convenção que anualmente reúne o ecossistema empreendedor mundial. 34 empresas startup portuguesas estiveram presentes num evento que se realizou em junho e que levou à capital espanhola cerca de 6500 empresários.

No balanço final a organização constatou que dois mil investidores chegaram e venceram com uma carteira de investimentos equivalente a três vezes o Produto Interno Bruto português. A organização do South Summit Madrid fala em seis mil representantes de empresas e dois mil investidores, a par de 18 mil visitantes de 133 países, praticamente dois terços dos países do mundo.
Da saúde à educação, o melhor do empreendedorismo nacional esteve em Madrid, sendo que uma dezena de empresas fazem parte do programa “Business Abroad”, da Startup Portugal. Neste evento as empresas nacionais levaram temas como a health tech, a inteligência artificial, a educação, o e-commerce e a sustentabilidade, tendo levantado entre oito e 10 milhões de euros em investimentos. Recorde-se que o programa “Business Abroad” é uma iniciativa gerida pela Startup Portugal, para promover a internacionalização das startups nacionais, e entre as iniciativas relevantes está o apoio na presença em exposições em mercados externos. Na delegação portuguesa estiveram a Ambi Careers, Boost Express, Chrono Health, DUMA, Enline, Fluks, Followup Global, GovWise, Granter, Intuitivo, iT Recruiter Kardz, LockEM, Luggit, Moviinn, Mystic, Purrmi, SentiVue, Visible Sports e WiseWorld. E na dezena de empresas – das três dezenas que estiveram presentes - destacam-se a Brainr, uma startup que desenvolveu um sistema de manufacturing execution system para a indústria alimentar e que permite processos mais inteligentes e operações de produção integradas em tempo real; a Bridge IN que criou um software como serviço que integra com soluções para RH e as áreas jurídica, fiscal e de contabilidade; a Follow Inspiration que se dedica à produção de soluções para robôs móveis autónomos usados em processos de transporte de mercadorias dentro das fábricas. De destacar ainda a Greenmetrics.ai que criou uma solução que recorre a sensores inteligentes e análise avançada de dados para adaptação às alterações climáticas; a Growappy que é uma plataforma para o ensino pré-escolar com recurso a IA; enquanto a InAppStory criou uma plataforma para aprofundar o relacionamento com clientes através de stories e gamificação in-app. Na área de serviços o destaque foi para a Indie que promove a oferta de seguros como serviço, com procura instantânea para clientes, ativos, serviços ou parceiros, enquanto a Mighty tem uma  plataforma de software que gere e coordena a logística, o armazenamento local e os parceiros de distribuição que abastecem os seus quiosques. A Nevaro promoveu a Holi, uma aplicação móvel que funciona como um personal trainer para a saúde mental e, por último, a sheerME, que criou uma app agregadora de serviços de beleza e bem-estar.
Recorde-se que a Startup Portugal já tinha levado empresas nacionais à conferência 4YFN, em Barcelona, Espanha. Esta organização que visa promover o empreendedorismo nacional e não tens finas lucrativos, já levou ao mercado externo meia centena de companhias para apresentação de tecnologia inovadora. Nesta edição, a 13ª, foi revelada a startup vencedora, uma empresa da capital espanhola de nome Invopop e que criou um modelo que ajuda empresas a emitir faturas em qualquer país graças ao registo das vendas, à conversão para o formato de fatura e à comunicação com as autoridades fiscais. Foram ainda entregues quatro outros prémios, tendo a Sycai, de Barcelona, sido escolhida como a startup “Mais Disruptiva”, a Navilens, de Múrcia, como a “Mais Sustentável” e a Shakers e a Embat, de Madrid, como a “Mais Escalável” e a com a “Melhor Equipa”, respetivamente.
A South Summit contou com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Digitalização e Inteligência Artificial, da Comunidade de Madrid e da Câmara Municipal de Madrid, bem como da Mutua Madrileña, Google for Startups, BBVA Spark, Endesa, Wayra – Telefónica Innovation e BStartup do Banco Sabadell.

A Fidelidade está a atuar em conformidade com as recomendações da ASF no que respeita à informação do segurado sobre a variação do preço do prémio de seguro. Esta é a conclusão que se retira das respostas às nossas questões. Importa salientar que esta seguradora, ao contrário das outras que estão no mercado, revelou desde o princípio, através do seu director de Relações Institucionais e Responsabilidade Social, Mário São Vicente, uma postura de colaboração com a investigação da Vida Económica, prestando os esclarecimentos solicitados e fornecendo inclusive avisos de cobrança aos seus clientes, numa atitude de boa-fé.
Vida Económica -  A informação sobre a variação dos prémios dos seguros tem vindo a ser feita à totalidade dos segurados ou transitoriamente a uma parte deles?
Mário São Vicente -
Está a ser feita para todas as renovações processadas desde o início do ano, para os clientes particulares do ramo automóvel e multirriscos habitação, exceto se tiver sido feita alteração ao contrato na anuidade anterior.

VE - No exemplos apresentados, como se explicam variações positivas e negativos dos capitais nos seguros casa? Se existe uma atualização automática anual com um índice comum a alteração dos capitais seguros deveria ser sempre positiva e uniforme.
MSV -
Nos exemplos apresentados, não há variações negativas do capital de seguros casa. Não obstante, as variações de capitais estão fortemente correlacionadas com a inflação, pelo que há necessidade de separar o que é efeito de inflação e o que é efeito da variação de capitais. Para a separação de fatores entre inflação e variação de capitais, está a considerar-se primeiro a inflação (considerando índices de inflação alinhados com os tipos de bens seguros e os tipos de indemnizações pagas) e só depois a variação de capitais. Sendo certo que a larga maioria dos contratos dos seguros casa têm a aplicação da atualização automática com base nos valores publicados pela ASF, os índices variam em função do tipo de bens seguros e o impacto da variação de capitais no prémio está dependente do nível de capital seguro.

VE - Como se explica a variação negativa de capitais num seguro de RC automóvel?
MSV -
Em seguros de automóvel que não garantam coberturas de danos próprios, não há variações negativas do prémio por efeito da evolução dos capitais. Nos exemplos apresentados, essas variações negativas só ocorreram em apólices que, para além da responsabilidade civil automóvel, também garantem coberturas de danos próprios, sendo que essa redução decorre da revisão do valor atual dos veículos nas renovações.

VE - Não compreendemos que nos exemplos apresentados sejam mencionadas taxas de inflação diferentes para seguros do mesmo ramo.
MSV -
As taxas de inflação apresentadas corresponde a “inflação específica” a qual, como referido também no aviso de recibo, “reflete o aumento de preços dos bens e serviços utilizados na regularização de sinistros, podendo diferir da inflação referente ao índice de Preços no Consumidor (IPC) publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).”. No caso de seguros de casa temos taxas de inflação diferentes dependendo do tipo de bens seguros, dado que o tipo de prestações pagas variam. No caso de seguros de edifício, a inflação é fortemente condicionada por custos de reconstrução de imóveis, enquanto que nos seguros de conteúdos as indemnizações estão maioritariamente associadas a danos em móveis, eletrodomésticos e outros tipos de recheios das habitações. Por exemplo, os próprios índices de atualização automática de capitais, publicados pela ASF, também fazem diferenciação entre o tipo de bens seguros nas apólices.

VE - A menção à variação da sinistralidade diz respeito ao contrato em causa, à carteira da Fidelidade ou ao ramo a nível do mercado?
MSV -
A variação da sinistralidade diz respeito à evolução da frequência de ocorrência esperada de sinistros na carteira da Fidelidade, a qual é ajustada para os clientes cujo comportamento específico de participação de sinistros revela propensão para sinistralidade mais elevada do que a média.

VE - Tendo em conta que no seguro automóvel se aplica o sistema do bónus malus e que tem um impacto significativo no valor do prémio a falta de informação não impede o segurado de ter uma perceção correta da variação do prémio? Por exemplo, se na anuidade seguinte, o bónus por não haver acidentes for superior, o valor do prémio pode descer face ao ano anterior, mas a tarifa do seguro até pode aumentar. Neste caso, o segurado é informado que o  prémio diminui mas de facto a tarifa do seguro aumenta.
MSV -
A Fidelidade implementou o detalhe dos fatores que contribuem para a variação do prémio de acordo com as recomendações da ASF, as quais não fazem qualquer destaque específico à evolução do bónus-malus. Considerando-se que poderia ser interessante destacar o impacto da evolução da classe de bónus no prémio, o exercício de isolar o impacto de todos os fatores no prémio de renovação de todos os avisos de pagamento é complexo e a sua implementação obrigou a alguma simplificação. Por este motivo, há diversos fatores tarifários que não são detalhados no aviso de pagamento, como acontece também, por exemplo, com a idade da carta, a idade do veículo e a idade do edifício.
Em causa a falta de informação sobre alteração de preços das apólices
As seguradoras negam a existência de uma “atuação concertada” em relação à falta de informação sobre os aumentos de preços na renovação dos contratos. Através de uma nota de esclarecimento enviada para a redação da Vida Económica, que é publicada na  página  8  da presente edição, a Associação Portuguesa de Seguradores contesta o conteúdo na notícia incluída na edição de 19 de julho passado,   Apesar de estar instituída uma prática generalizada entre as seguradoras de não comunicar aos segurados a alteração de preços na renovação dos contratos, a APS rejeita  a ideia que exista uma ação coordenada entre os operadores com o objetivo de omitir informação aos segurados, facilitar os agravamentos  de preços e reduzir a concorrência entre as companhias de seguros.

De acordo com a APS, as seguradoras começaram este ano a seguir as recomendações da Autoridade de Supervisão de Seguros sobre informação de alteração de preços ma renovação dos contratos, de forma faseada e de acordo com o período transitório previsto na Circular n.º 1/2024 da AFS. . No entanto, o período transitório até 31 de dezembro de 2024 concedido pela ASF apenas contempla os casos em que alteração de preço se deve à iniciativa dos segurados, o que representa uma parte muito reduzida dos mais de 10 milhões de contratos abrangidos.
Segundo apurou a “Vida Económica” a maioria das seguradoras  está erradamente a considerar que o período transitório se aplica a todos os contratos  e não apenas aos contratos  onde a alteração de preço se deve à iniciativa dos segurados, atrasando o envio de informação aos segurados e o cumprimento das recomendações da ASF.
Na nota de esclarecimento enviada à “Vida Económica”, a APS não contesta as recomendações da Autoridade de Supervisão de Seguros, mas afirma que as seguradoras não estão obrigadas a comunicar aos segurados os aumentos de preços na renovação dos contratos. No entanto, essa afirmação contraria todos os pareceres de juristas consultados pela “Vida Económica”. Ao contrário do que refere a APS, as seguradoras  estão legalmente obrigadas a informar os segurados sobre os aumentos de preços que aplicam. E à semelhança do que acontece em todos os contatos, a validade das alterações às condições contratuais depende do acordo mútuo das partes.
Com base nos exemplos apresentados pela APS, a “Vida Económica” constatou que nos casos em que a variação de preços está a ser comunicada dando cumprimento às recomendações da Autoridade de Supervisão de Seguros, a informação é confusa e omissa, dificultando a análise e compreensão por parte dos segurados.
Por exemplo, no caso do seguro automóvel o desconto por bónus ao não haver acidentes  tem uma influência considerável sobre o preço podendo  reduzir até 5%% do valor do prémio. No entanto, a prática generalizada entre as seguradoras é não incluir os descontos por bónus malus nas condições particulares da apólice oque priva  os segurados de informação, dificulta a  procura de alternativas no mercado, e prejudica a literacia financeira.
As seguradoras começam a comunica aumentos de preços aos clientes individuais, conforme determinam as recomendações da ASF. Mas,as empresas continuam a não receber qualquer informação sobre aumento de preços na renovação dos contratos, apesar de não existir qualquer exceção legal que preveja a sua exclusão quer nas normas gerais dos contratos, nem no Regime Jurídico do Cotrato de Seguro.  Assim, e apesar de as empresas não estarem incluídas nas recomendações da Autoridade de Supervisão de Seguros, as seguradoras continuam a não cumprir as suas obrigações legais e contratuais ao aumentar os preços dos contratos sem informar as empresas e outras pessoas coletivas, alterando as condições dos contratos na base da presunção do acordo dos segurados.
Maiores credores são o Novo Banco e o BCP
A Inapa, um dos maiores distribuidores de papel e soluções de embalagem da Europa, a acaba de anunciar a insolvência, marcando um momento crítico para a indústria de papel e embalagens. A empresa, que durante décadas foi uma peça central no mercado português e europeu, enfrenta agora um futuro incerto.
O anúncio foi feito pelo CEO da Inapa, António Gomes, que atribuiu a insolvência a uma combinação de fatores, incluindo a diminuição da procura por papel impresso devido à digitalização crescente, o aumento dos custos das matérias-primas e a pressão financeira resultante da pandemia de COVID-19. “Apesar dos nossos esforços contínuos para adaptar o nosso modelo de negócio às novas realidades do mercado, as condições económicas e os desafios setoriais tornaram-se insustentáveis para a Inapa”, afirmou António Gomes.
Nos últimos anos, a Inapa implementou várias estratégias para tentar inverter a tendência negativa, incluindo a diversificação do portefólio de produtos e a expansão para novos mercados internacionais. No entanto, estas iniciativas não foram suficientes para compensar as perdas contínuas. A empresa registou um decréscimo significativo nas suas receitas, com uma queda de 30% no primeiro semestre de 2024, atingindo os 100 milhões de euros, em comparação com os 142 milhões de euros no mesmo período de 2023.

Empresa emprega mais de 800 pessoas

A insolvência da Inapa terá um impacto considerável no mercado laboral, com a previsão de perda de mais de 800 postos de trabalho em Portugal e outros países europeus onde a empresa opera. Os sindicatos já manifestaram preocupação com o futuro dos trabalhadores e estão a negociar pacotes de indemnização e apoio à transição para novas oportunidades de emprego.
A notícia da insolvência também teve repercussões imediatas na Bolsa de Lisboa, com as ações da Inapa a caírem até ao valor atual de 3 cêntimos. Nos últimos 12 meses a cotação da Inapa oscilou entre 58 e 27 cêntimos por ação. Analistas do setor preveem que a insolvência da Inapa poderá desencadear uma reorganização significativa na indústria de papel e embalagens, com possíveis aquisições e fusões à vista enquanto os concorrentes tentam capitalizar sobre a saída de um dos principais players do mercado.
O governo português e as autoridades reguladoras  estão a acompanhar de perto a situação. Em comunicado, o Ministro da Economia, Pedro Silva, expressou a sua preocupação com o impacto económico e social da insolvência da Inapa e prometeu apoio aos trabalhadores afetados. “Estamos comprometidos em encontrar soluções para minimizar o impacto desta insolvência e apoiar os trabalhadores e as suas famílias durante este período difícil”, declarou o ministro.
A história da Inapa, fundada em 1965, é marcada por várias fases de crescimento e inovação. Contudo, os desafios económicos e as mudanças estruturais no mercado de papel acabaram por revelar-se obstáculos insuperáveis para a empresa. À medida que a Inapa enfrenta este processo de insolvência, o futuro da empresa e dos seus ativos permanece incerto, aguardando decisões judiciais e potenciais interessados na aquisição de partes da operação.
Este episódio destaca a necessidade de adaptação contínua e resiliência nas indústrias tradicionais, especialmente face às rápidas mudanças tecnológicas e às dinâmicas de mercado globais.




Mody Maleiane, CEO da consultora PKF, considera
“O apoio ao empreendedorismo feminino pode ser a melhor forma para empoderar financeiramente a mulher para investir especialmente na cadeia de valor da agricultura e resultar no aumento do PIB do país” – afirma em entrevista à “Vida Económica”, Mody Maleiane, CEO da consultora PKF.
Segundo esta empreendedora de negócios, “o setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino”.
Vida Económica - Qual é a sua opinião sobre o empreendedorismo feminino e a sua importância para o crescimento de Moçambique?
Mody Maleiane -
Baseada na minha experiência posso afirmar que a mulher desenvolve muito cedo o espírito empreendedor, sem disso se dar conta. O que falta em muitas mulheres é a formação em matéria de finanças e negócios para reunir as condições de elegibilidade para acesso aos poucos fundos e produtos financeiros disponíveis no mercado.
Esta realidade levou-me a criar em 2017 a ICEF - Ideias e Conteúdo de Empreendedorismo Feminino, que de diversas maneiras tem ajudado as mulheres. Por exemplo, em 2022 organizamos um concurso de empreendedorismo com a colaboração de algumas instituições de crédito da praça em que participaram seis grupos de cinco potencias empreendedoras cada (descrever o processo de seleção e financiamento). O resultado deu pistas a algumas instituições de crédito para criarem fundos para financiar as start-ups.
Por isso, estou certa que o apoio ao empreendedorismo feminino pode ser a melhor forma para empoderar financeiramente a mulher para investir especialmente na cadeia de valor da agricultura e resultar no aumento do PIB do país.

VE - Em que setores de atividade existem mais oportunidades para o empreendedorismo feminino?
MM -
Existem várias áreas com potencialidade na vertente de empreendedorismo feminino, mas podemos destacar as seguintes: agricultura no sentido mais elevado da cadeia de valor (produção, processamento, distribuição e consumo incluindo embalagem); serviços - plataforma digital (e-commerce); setor comercial (importação e comercialização de bens de primeira necessidade); prestação de serviços em diversas áreas (explorando os múltiplos talentos que a mulher tem); “catering”; “decor” de eventos, bem como, de interiores (a mulher tem um dom especial no que tange a gostos e combinações); setor bancário (já existem provas mais do que suficientes de que a mulher é, sem dúvida, uma boa gestora) e como exemplo, podemos olhar para os cargos ocupados por mulheres nesta área.

Participação em feiras é mais eficaz para promoção de projetos

VE - De que forma é possível promover os novos projetos empresariais?
MM -
Para além do uso das Plataformas digitais, o network empresarial, através de conferências, feiras, intercâmbio e conexões com câmaras de comércio, esses podem ser meios mais eficazes para a promoção de novos projetos empresariais.
As plataformas digitais (com enfoque para as redes sociais) têm sido uma excelente forma de divulgação e promoção de diversos bens e serviços. Contudo, ainda acho que a participação em feiras (onde os clientes tem contacto direto com os produtos) é ainda mais eficaz para promoção de qualquer produto final.

VE - Através do empreendedorismo é possível combater a pobreza e aumentar a coesão social?
MM -
Sim, e sem dúvida. A pobreza de consumo só pode ser combatida quando cada um de nós usar o seu conhecimento adquirido na prática quotidiana ou na formação profissional, para produzir bens ou serviços com procura no mercado, e que sejam geradores de renda, ou seja, só com trabalho gerador de emprego podemos combater a pobreza e garantir a coesão social.

Financiamento é o maior obstáculo

VE - O financiamento do empreendedorismo é um dos maiores obstáculos a ultrapassar?
MM -
Sem dúvida que é o maior obstáculo. O setor financeiro não está estruturado para promover o empreendedorismo feminino. Como fiz menção anteriormente, há muito trabalho para o aprofundamento do mercado de capitais no país. Mais, a mulher já está mentalmente preparada para assumir riscos de negócios, mas parece que as instituições financeiras são avessas ao risco. É por isso que não se mostram disponíveis para mobilizar depósitos a prazos superiores a um ano que serviriam para financiar empreendimentos com período de recuperação superior a um ano e desta forma haver uma adequação de recursos na concessão de crédito ao investimento.

VE - Para haver projetos bem sucedidos é fundamental apostar na formação das empreendedoras?
MM -
Sim. O investimento na formação é sem dúvida um dos pontos fortes que as mulheres empreendedoras podem ter no seu percurso empresarial. Hoje em dia, os negócios e a dinâmica da procura, aliado a concorrência, são muito dinâmicos e progressivos. Até mesmo, com projetos e empreendedoras agressivas na sua criatividade e pelas formas como colocam os seus produtos e serviços no mercado, daí haver uma importância em se investir na formação e conhecimentos atualizados e que acompanham os desenvolvimentos atuais.


Promotora da equidade de género

Mody Maleiane é uma líder dinâmica empenhada em capacitar mulheres rurais em diversos segmentos de negócios através do seu trabalho de ativismo social, com base na sua experiência em Relações Públicas e Marketing, Implementação de Negócios e Gestão de Aplicações Bancárias. Destaca-se como uma grande empresária e principalmente na gestão e implementação de projetos, promovendo a inclusão financeira e oportunidades de empreendedorismo para as mulheres. Para além do seu papel profissional, Maleiane defende os direitos das mulheres como coordenadora de eventos e palestras motivacionais , inspirando mudanças e promovendo a equidade de género.